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Quando o bebê sente o que a mãe não diz: a fusão emocional como oportunidade de autodesenvolvimento


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Nos primeiros meses de vida, existe algo invisível — mas profundamente real — entre a mãe e o bebê: uma fusão emocional.


É como se ambos compartilhassem o mesmo campo de sensações.

Se a mãe sente medo, cansaço ou tristeza, o bebê sente também.

Não por palavras, mas por conexão.


E o mais bonito (e desafiador) disso tudo?

É que esse vínculo profundo pode ser uma oportunidade de autoconhecimento, não um peso.





O bebê sente o que a mãe sente?


Sim. Capta de forma sutil, mas pode sentir de maneira intensa.

Nos primeiros meses, o bebê ainda não desenvolveu plenamente sua lógica ou linguagem. Mas ele tem uma sensibilidade aguçada para captar emoções — especialmente as da mãe ou da figura cuidadora principal.


É por isso que ele pode chorar, adoecer ou se agitar sem causa física aparente.

Às vezes, ele está expressando o que a mãe não conseguiu dizer.


Emoções não causam trauma. Fingir que não sente, talvez deixe marcas.


Não há problema algum em sentir tristeza, raiva, frustração ou medo.

Essas emoções fazem parte da jornada materna.

Mas quando a mãe tenta esconder o que sente, fingir que está tudo bem, o bebê — fundido emocionalmente com ela — se vê numa posição confusa. Ele “fala” por ela, através do choro, do corpo, do comportamento.


Nesse momento, ele se transforma num espelho delicado e amoroso.

E pode ser um guia no caminho do autoconhecimento.


Como transformar esse vínculo em um espaço de crescimento?


Quando o bebê manifesta desconforto e as causas físicas já foram cuidadas, a mãe pode se perguntar:


• O que estou sentindo agora?

• O que está difícil para mim neste momento?

• Será que estou tentando evitar ou calar alguma emoção?


Nomear o que se sente é um ato de coragem e amor.


Uma sugestão simples e poderosa é dizer em voz alta — mesmo que o bebê não compreenda o significado das palavras:

"Hoje tá difícil pra mim. Mas eu tô aqui com você."

Essa pequena frase pode aliviar o bebê — e libertar a mãe.

(Diga o que sentir vontade, pode até explicar o que está sentindo, sempre dizendo que esse sentimento é seu, não dele).


No fim, não é sobre perfeição.


É sobre presença com verdade.

E esse vínculo, quando vivido com consciência, pode se tornar um espaço de cura para os dois.


Com carinho,

Pololô

 
 
 

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