Quando o bebê sente o que a mãe não diz: a fusão emocional como oportunidade de autodesenvolvimento
- Equipe pololô
- 23 de jul.
- 2 min de leitura

Nos primeiros meses de vida, existe algo invisível — mas profundamente real — entre a mãe e o bebê: uma fusão emocional.
É como se ambos compartilhassem o mesmo campo de sensações.
Se a mãe sente medo, cansaço ou tristeza, o bebê sente também.
Não por palavras, mas por conexão.
E o mais bonito (e desafiador) disso tudo?
É que esse vínculo profundo pode ser uma oportunidade de autoconhecimento, não um peso.
O bebê sente o que a mãe sente?
Sim. Capta de forma sutil, mas pode sentir de maneira intensa.
Nos primeiros meses, o bebê ainda não desenvolveu plenamente sua lógica ou linguagem. Mas ele tem uma sensibilidade aguçada para captar emoções — especialmente as da mãe ou da figura cuidadora principal.
É por isso que ele pode chorar, adoecer ou se agitar sem causa física aparente.
Às vezes, ele está expressando o que a mãe não conseguiu dizer.
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Emoções não causam trauma. Fingir que não sente, talvez deixe marcas.
Não há problema algum em sentir tristeza, raiva, frustração ou medo.
Essas emoções fazem parte da jornada materna.
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Mas quando a mãe tenta esconder o que sente, fingir que está tudo bem, o bebê — fundido emocionalmente com ela — se vê numa posição confusa. Ele “fala” por ela, através do choro, do corpo, do comportamento.
Nesse momento, ele se transforma num espelho delicado e amoroso.
E pode ser um guia no caminho do autoconhecimento.
Como transformar esse vínculo em um espaço de crescimento?
Quando o bebê manifesta desconforto e as causas físicas já foram cuidadas, a mãe pode se perguntar:
• O que estou sentindo agora?
• O que está difícil para mim neste momento?
• Será que estou tentando evitar ou calar alguma emoção?
Nomear o que se sente é um ato de coragem e amor.
Uma sugestão simples e poderosa é dizer em voz alta — mesmo que o bebê não compreenda o significado das palavras:
"Hoje tá difícil pra mim. Mas eu tô aqui com você."
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Essa pequena frase pode aliviar o bebê — e libertar a mãe.
(Diga o que sentir vontade, pode até explicar o que está sentindo, sempre dizendo que esse sentimento é seu, não dele).
No fim, não é sobre perfeição.
É sobre presença com verdade.
E esse vínculo, quando vivido com consciência, pode se tornar um espaço de cura para os dois.
Com carinho,
Pololô
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